maxine chernoff

MAXINE CHERNOFF

IN ANCIENT OCTOBER

Ochre’s small plank
of moon-lit

resemblance ghost fire warming

knuckles and bones

then a brief loss,
waffled shadow releases

thistles by moonlight
/refinery wall

this year’s vestments

under stars’
amplitude
sparks fall’s recluse omens
how the world
is a stranger
its rags even torn

under stone’s notice
tindered wet notion
in tinctures of color
edged by wind
we save
what we can: foster

the leave’s cold history


EM OUTUBRO ANTIGO

Prancha pequena do ocre
de enluarada

semelhança fogo de fantasma esquentando

punho e ossos
depois uma breve perda,
quadriculado sombra solta
os cardos ao luar

/a parede da refinaria

as vestimentas deste ano

sob a amplitude

das estrelas

inflamem os presságios reclusos de outono
como o mundo

é um estrangeiro
seus trapos até rasgados
sob o aviso da pedra
molhada noção incendiada
em tinturas de cor
asfiados pelo vento
nós salvamos

o que nos podemos: criar
a história da folha fria


VERNAL

To sit with you
among the starlings,
yellow-eyed, their
paths hieroglyphic, and
throw some crumbs our way.
waiting under snow,
this small economy of need.
How the earth loves
fullness and resolve; here,
where jasmine’s pungent
sweetness fills the room,
from here we’re missing

like a pair of lamps,
lighting her tousled
hair reaching his pillow;
his hand reaching toward
her fragrance once again.
A rough diamond underground,
a sheen beneath
our longing, questions, vows.
Simple how lives
double, paths narrow
to a declivity of hours.


VERNAL

Sentar com voce
dentre os estorninhos
de olhos-amarelos, seus
caminhos hieroglíficos, e
lançar-nos algumas migalhas.
esperando sob a neve,
esta pequena economia de necessidade.
Como a terra ama
plenitude e resolução; aqui,
onde a doçura pungente
do jasmim enche a sala, daqui
nos estamos desaparecidos
como um par de lâmpadas,
acendendo seus cabelos
despenteados; a mão dele
alcançando sua fragrância
mais uma vez.
o diamante áspero subterrâneo,
um brilho abaixo de
nosso desejo, perguntas, votos.
simples como vidas
dobram, caminhos estreitam
a um declive de horas


POEM

“Still, the beginnings were promising.”—Eva Hoffman

1.
Trees’ transit
in season,
obdurate longing
ties a string
from one stone’s
heart to location,
sea-green luster of insistence.

2.
Heart of leaves,
heat of clouds,
filled with canker and ruin.
You rush past disaster
asking yourself
what to save.

3.
Nothing innocent or free
of the stain of removal/
worlds trapped
between decree. Let it not happen here.

4.
Let light have its purpose,

intention its motive:
What fount flows
at our feet?
What crime stands down?
Bone-white reckoning,
quills of air enshrouded.

5.
The world is
kindled and burning,
respite breathed
By candles’ slow shining.


POEMA

“Ainda, os começos foram promissores.” – Eva Hoffman

1.
O transito das árvores
na estação,
o anseio obstinado
amarra um fio
do coração de
uma pedra para localidade,
lustro verde-mar de insistência.

2.
Coração de folhas,
calor das nuvens,
enchido de infecção e ruína.
Você se apressa pelo desastre
perguntando-se
o que salvar.

3.
Nunca inocente ou livre
da mancha de remoção/
mundos estão presos
entre decreto. Não o deixe acontecer aqui.

4.
Deixe a luz ter seu propósito,
intenção seu motivo:
que fonte flui
a nossos pés?
Que crime renuncia?
A reconciliação de osso-branco,
penas do ar envoltas.

5.
O mundo está
acendendo e queimando
pausa respirada
Pelo lento brilhar de velas.


SOLSTICE

In certain dark
the moon issues this request:
to be the shadow on the pillow,
the glass candle near the door of sleep.
A hungry jay breaks berries into pulp,
while bats decorate the rafters, and
the wood pile moans under
its burden of snow.
As life encroaches on the dreaming
bedpost, you remember
a chip of ice you found in river
sludge, its sheen a mute witness
to increments of change
as lens and pure belief.
Within the slow tick of seasons,
light crosses the Avenue of Stars.


SOLSTÍCIO

Em certo escuro
a lua emite este pedido
ser a sombra no travesseiro,
a vela de vidro perto da porta do sono
Um gaio famito faz de bagas polpa
enquanto morcegos decoram os caibros, e
a pilha de madeira geme sob
seu fardo de neve.
Quando vida invade a onírica
cabeceira da cama, você se lembra
de um pedaço de gelo que encontrou no lodo
do rio, seu brilho um testemunho mudo
aos incrementos de mudança

como lente e pura crença.
Dentro o lento tique da estações,
a luz atravessa a avenida das estrelas.


VERMEER

In the dream cabinet,
all birds are owls.
Darkness is wormwood,
essence of rumor,
and lack of citation:
How the world shifts
slightly as a leaf,
sodden with rain water,
settles over a page
of Tintoretto’s fleshy angels.
In compliance with water’s limit
and frame, you name
the new rules: a response
of bells and short arias,
and cabinets of angels
under lock and key.
As objects float by,
a parade of inches
and filaments of air,
a firmament
of the real holds
light you try to name
A cheek and an earring
Blast light into view:
Diligence emanates from
a lamp in a room.
Signed and consigned
your last furtive wish.


VERMEER

No gabinete de sonho,
todos os pássaros são corujas.
Escuridão é absinto,
essência de rumor,
e falta de menção:
Como o mundo muda
ligeiramente como uma folha,
Encharcado com água da chuva,
assenta sobre uma página
dos anjos carnudos de Tintoretto.

De acordo com o limite da água
e quadro, voce nomeia
as regras novas: uma resposta
dos sinos e árias curtas,
e gabinetes de anjos
trancados à chave.
Quando objetos flutuam por,
uma desfile das polegadas
e filamentos do ar,
um firmament
do real segura a
luz que tenta nomear
Uma bochecha e um brinco
Luz estourada em vista:
Diligência emana duma
lâmpada pela sala.
Assinado e consignado
seu último desejo furtivo.

—translated by sean negus
Maxine Chernoff is a professor of the Creative Writing program at San Francisco State University and a 2013 NEA Fellow in poetry. She is the author of six books of fiction and 14 books of poetry. Her recent books of poetry are Here (Counterpath, 2014), Without (Shearsman, 2012), To Be Read in the Dark (Omnidawn, 2012) A House in Summer (Argotist, 2012, online edition) and The Turning (Apogee Press, 2008). With Paul Hoover, she translated The Selected Poems of Friedrich Hölderlin, (Omnidawn Press, 2008), which received the 2009 Pen USA Translation Award. She has read her poetry and fiction and taught workshops in Belgium, England, Australia, Germany, Brazil, Scotland and China and in the Prague Summer Writing Program, and the SLS Writing Seminars in St. Petersburg, Russia. She has edited the long-running and award-winning journal New American Writing, an annual anthology, which is partially funded by the College of Liberal & Creative Arts.